Pensamento

foto: arquivo do Patrimônio Histórico do Município - Vista da entrada do Parque do Ingá em 1980.

Me lembro dos tempos de criança, adorava ir ao parque, caminhar, brincar, morrer de medo dos patos e gansos. Me lembro ainda que quando o parque estava no auge, lá no recanto dos animais tinha cobras, tinha uns jacarezinhos, o lago era cheio de gente, fazia filas imensas no pedalinho, fila pra andar de trenzinho, fila pra comprar algodão doce, eu me lembro de ver os peixes no Jardim Oriental. E então o tempo passa, mais rápido do que a gente pensa e quando fui lá a última vez para passear eu estava grávida, a 3 anos atrás. Parecia outro lugar, pedalinhos fechados e onde eles estavam nem a água chegava. Banheiros sem luz, sem lanchonete, as cutias que via a toda hora devem ter procurado outro lugar pra morar, assim como os macaquinhos, que até um tempo atrás estavam dando problemas para os moradores ao redor do "bosque". Incrível como um pensamento leva ao outro. Lembro até que quando o Parque do Ingá existia, também existia o Grêmio Maringá. Hoje em dia o apoio é só para crescimento empresarial, aumento de emprego, algo do tipo muito capitalista mesmo. Mais ou menos como na Revolução Industrial, trabalho, trabalho, trabalho. Ninguém quem saber se o outro está feliz de verdade. Os "gestores" não investem em bem estar, em esporte, lazer, cultura. Tem alguma coisa errada e não consigo ver o que é. Os corações viraram pedras e os bolsos não tem fundos, por que esse é o negócio, ter mais dinheiro, dar mais trabalho. "Lazer pra que? Diversão pra que? Família? A minha vai bem!". Não, a minha não vai tão bem assim. Nossos adolescentes estão se afundando nas drogas, nossos idosos não tem um lugar pra relembrarem, não há incentivo esportivo, não existe uma área de descanso, onde possamos relaxar, conversar, dar risada, caminhar. Por isso eu me dou a luxo de adaptar e digo: "Parque do Ingá, depois que tu partiste tudo aqui ficou tão triste!" Acabei de ter uma idéia: vamos fazer um estacionamento lá?